24 dezembro 2008

All I want for Christmas is You!

Que neste ano, a vossa árvore de Natal esteja cheia de "pedacinhos" de alegria, saúde, muito amor e que simbolize a união da familia, dos amigos e de todo o mundo.

Que aos seus pés estejam presentes, oferecidos com carinho.... destinados àquelas pessoas especiais que nos merecem.

Que essa árvore iluminada traga memórias dos que estão longe, dos que partiram, dos que queríamos tanto que aqui estivessem...
De todos os que, mesmo em espírito, passarão sempre o Natal sentados à nossa mesa...celebrando.

Feliz Natal ao Mundo!
Feliz Natal a ti, lá longe... que o Pai Natal te leve um pedacinho de mim...

19 dezembro 2008

Pedaços de nostalgia

Natal de saudade... esse sentimento latente, que nestas épocas bate mais forte.
O frio da rua... os casacos pendurados no corredor, prontos para o "combate" às temperaturas negativas.
A neve que já cai na minha Serra da Estrela... e os planos para ir até lá, em breve...
"talvez para a semana, passar o Ano!"
E uma mesa de iguarias... onde nos sentamos todos para celebrar a familia, a alegria e a paz.

Mais um Natal longe desse pequeno quintal onde estão plantadas as minhas raízes... um Natal no calor e ... felizmente! longe do consumismo desenfreado, daquele correria obrigatória à compra de presentes.

Natal numa outra mesa, com outra familia, não de sangue, mas de fortes laços de amizade...
no calor, sem casacos nem conversas sobre a neve.

Sobrevivem as memórias, aquelas pequenas lembranças avulsas que aparecem como pedacinhos de nostalgia só para acentuar a distância e a saudade.

18 dezembro 2008

Pessoal toca a votar!

Votações para todos os gostos em
http://alamarginal.blogspot.com/

É tempo da blogoesfera cabo-verdiana exercer o seu direito de voto.
E viva a democracia virtual!

Uma questão de horizonte...


Vista para o mar azul... ou vista para um horizonte, onde não reina nem o azul, nem o verde da esperança, nem outra cor que possa alegrar o dia a dia.

Assim se vive na Boavista entre dois mundos, que giram a duas velocidades, onde se movimentam pessoas, também elas de latitudes muito diferentes.

Tudo o que já foi escrito, dito, falado sobre o bairro da Barraca é pouco para descrever esse mundo onde as janelas não mostram uma vista grandiosa... onde nem sequer há janelas.
nem água; nem luz; nem segurança...
Onde se convive com o lixo... onde tudo se perde ao mínimo capricho da Natureza...

Pisei a Barraca pela primeira vez há cerca de um mês...
Visitei esse mundo cinzento, guiada pelos seus habitantes... gentes de Santiago; do Senegal; da Guiné.
Gentes que chegaram pela mesma razão, em busca do "eldorado" que o turismo da Boavista parecia prometer a quem lá conseguisse chegar.
Emprego para todos, bons salários, vidas mais dignas do que nas suas terras natal.
Ilusões que a Barraca vai acolhendo.
Porque ali há sempre mais um pedaço de chão onde construir quatro paredes de tijolo, de madeira, ou cartão... protegidas por uma chapa de zinco.

Ali vão chegando estes "náufragos", a bordo dos seus navios de sonhos desfeitos.

Ali conheci a "Dulce", num cubículo minúsculo que partilha com um companheiro e mais três filhos. Um cubículo que já resistiu à fúria das chuvas e a dois incêndios que praticamente devastaram todo aquele lugar.

De dia, "Dulce" é camareira num hotel de cinco estrelas na Praia das Chaves,, com vista para o mar azul; para a comida farta; para os bares, piscinas e infra-estruturas luxuosas...
À noite regressa ao bairro da Barraca; àquele sítio que nem se atreve a chamar de lar... ao sítio com vista para o nada, para um labirinto de casas desfeitas, de lixo e gente desiludida.

Uma questão de vistas... de horizontes.

Reportagem sobre a Boavista do "tudo incluído" e o bairro da "barraca" hoje no Nha Terra Nha Cretcheu

É hoje!

É sempre de assinalar mais um lançamento musical por terras criolas.
Mais que não seja pela ousadia e porque qualquer trabalho acrescenta sempre alguma coisa de positivo à música nacional.
Sucesso para o Eder. Os primeiros passos são sempre os mais difíceis...

Ps- O novo cd dos Ferro gaita está quase, quase a chegar... Confesso que estou curiosa. É que a fasquia está alta para estes senhores do Funaná, depois do sucesso do último trabalho.
Vamos ver se surpreendem.

11 dezembro 2008

No deserto

No deserto escrevi o teu nome... em vão. O vento forte que soprou naquele dia foi tão fugaz, que nem eu consegui reler todas as letras que te compõem.

Procurei os teus passos no meio de tantos e tantos que pisam as areias finas...
não...
não consegui descobrir por onde caminháste.

Corri na imensidão das dunas, buscando um sinal de ti no meio de um silêncio ensurdecedor... corri até cair exausta e deixar-me envolver naquele manto dourado.

Enchi a mão de um punhado de areia, símbolo do nosso fulgor... do desejo, da paixão...
mas de tão fina ser, a areia escapou à minha mão... qual ampulheta de improviso que esvazia discretamente quando o tempo é já longo demais...

Assim somos nós dois... perdidos e achados num deserto qualquer.
Numa imensidão de nada... de dunas vazias à mercê de um vento caprichoso que as muda de sítio, de lugar, de figura.

No deserto nos encontramos tanto como nos perdemos... no deserto buscamo-nos sem norte, sem sentido, caminhando por entre areias que ora pousam tranquilas ora se levantam em revolta para dali partirem rumo a um outro lugar.

Ao deserto hás-de chegar de novo somente para me rever.
Talvez te espere ali... ou
talvez também eu esteja escondida, no meio do vazio, do silêncio, do imenso...
e tu desistas, assim, de me buscar.

He's a Boy!

05 dezembro 2008

Have a nice weekend

Sorri, com esse sorriso de menino travesso e seduz o mundo, a paisagem, as gentes que passam e hão-de fixar o olhar em ti.
Pinta o teu rosto daquele ar feliz, descomprometido, doce e sincero que tão bem conheço e atrai as atenções, atrai os raios de sol, as tréguas de um Inverno frio.

Desarma os dias cinzentos, enevoados... contraria as árvores que se despem de folhas nesta época... evita as lágrimas que caem do céu.

Sim, tens o poder de conseguir fazê-lo... tu, só tu!

Vive a criança que se esconde, num corpo forte, austero... intimidante.
Porque ambos sabemos que essa criança existe e torna tudo possível. Até o que parece não ser!

Aproveita o fim de semana e espalha pelo mundo o teu sorriso, o teu olhar brilhante, o teu jeito... tão secreto.

Have a nice weekend... take care!

04 dezembro 2008

Pedaços sem sentido...



"Nha coraçon ta na balanço
só pa modi bo!"

Porque há palavras, frases e sentimentos que em criolo tem um outro significado...
mais doce, terno, talvez até mais sincero.
Mais... Possível! Assim, sem traduções.

Obrigado pela inspiração!

03 dezembro 2008

Sexy Boy...

Anda... quero chamar-te de novo! Quero-te aqui agora do meu lado.
Anseio pelo teu sorriso, outra vez... esse sorriso magnético, só teu... antídoto do meu corpo, da minha alma... expressão de um ser que se abre só para mim.

Recordo a tua breve aparição... estavas mais resplandescente, mais esbelto, forte, seguro de ti... certo dos poderes mágicos que um dia te concederam e que tão bem sabes usar.

Procuráste o jeito fácil de Sexy Boy... o estilo só teu, misto de defesa e sedução. Espécie de D. Juan perdido entre alguns receios e outras tantas certezas.

Mas desta vez, os nossos olhares demoraram-se, os sorrisos sairam fáceis, sinceros... as palavras fluiram sem ornamentos, nem adjectivos vazios de sentido.
Os corpos... apenas tiveram tempo de um abraço apertado, lento, teimoso.
Um abraço que não queríamos desfazer, não fossem o destino, o tempo e o relógio mais fortes que as nossas vontades.

Nesta aparição fugaz chamei-te de novo Sexy Boy... e tu sorriste.... certo de que, desta vez, tinhas sido mais, muito mais que essa personagem altiva, distante e enigmática que um dia quisemos criar só para nos defendermos... da saudade e desses sentimentos improváveis... impossiveis.

Bye Sexy Boy... come back soon

01 dezembro 2008

Juntos é mais fácil!


Uma corrente de forças positivas juntou-se na Assembleia Nacional em prol de uma causa nobre. A Associação Renascer, a Fundação Cabo-verdiana de Solidariedade e a Associação Cise mobilizaram o evento, a favor dos portadores de VIH e das suas familias...

Cesária Évora deu-lhe notoriedade e todos os argumentos que restavam para encher o Auditório.
Cise aceitou juntar-se à causa de forma graciosa e actuar na Praia 10 anos depois da última vez.

Princesito abriu o palco, com o seu jeito comunicativo, bem disposto e sempre solidário.
Cise, mais discreta, lenta no caminhar, acusando a idade que não perdoa... Mas a voz... essa voz continua lá, limpída, forte, inconfundível.
A voz das mornas e das coladeras no mundo.
Junte-se uma banda de luxo, com os solos de Totinho a abrilhantar a diva.
O resultado: uma plateia rendida de pé, saudosa de ouvir Cesária Évora... grata pelo regresso tanto tempo depois.

O espectáculo abriu também espaço à homenagem a Artur Correia, pelo trabalho desenvolvido no CCS Sida e ao testemunho sentido de Águeda, uma jovem seropositiva que deu a cara em prol da igualdade e da tolerância para com os portadores do virus da Sida.
Um exemplo de coragem, determinação e uma prova de que se todos nos mobilizarmos é mais fácil lutar contra a discriminação das vitimas de um dos maiores flagelos do século.

26 novembro 2008

It's strange... isn't it?


We're just two lost souls swimming in a fish bowl,
year after year.
Running over the same old ground.
What have you found?
The same old fears.
Wish you were here.

"Wish you were here"- Pink Floyd

Queremos o que não temos e temos o que pensamos já não querer... E assim vivemos numa espécie de capricho... num mundo que parece pequeno para nós... numa realidade que já não nos serve.

Procuramos aquela dimensão, por momentos, breves momentos, que duram o tempo que antecede esse regresso a um outro lugar, a uma outra verdade...

Um caminho longo, distante, interdito sepára-nos tanto quanto nos une.
Unidos num desejo intenso, cada vez mais forte de voltarmos um dia à encruzilhada de sempre... ao lugar que o destino escolheu para ser o nosso canto sagrado.
Muitas e muitas vezes...

O mundo é um lugar estranho para viver...

24 novembro 2008

I looked for you and you find me first

Quebráste as regras do jogo.
Desta vez chegáste inesperado, silencioso... brincando às supresas...

Senti-te em pequenos sinais que foste deixando, com intenção... senti-te no meu sub consciente; na memória, que nestes dias andou mais atrevida, mais desperta para ti.

Mas não, não segui os feelings, as subtilezas de algumas coincidências, as marcas da tua passagem. Ignorei, as mensagens do destino, as partidas do tempo que sem perceber, me chamava a ti.

Até que te reveláste.
Já esgotadas as possibilidades de um momento inesperado. Um momento pensado ao pormenor; desejado; secreto; idealizado para ser o primeiro assim... de surpresa. Talvez de novo à luz de uma Lua que parece brilhar diferente quando é só para nós.

Reveláste-te tarde de mais, quando os caminhos seguiam já longe, noutras direcções...
Reveláste a tua presença, a tua chegada e infelizmente a partida que seria breve.

Ficámos assim, incompletos, olhando de longe o que podia ter sido mais um desses momentos mágicos. Daqueles que param o mundo, o destino, a realidade...
daqueles com que sonhamos tanto tempo, contando dias, minutos e horas... sabendo sempre que tornará a acontecer.

Desta vez pensáste-o sozinho, quiseste surpreender. Valeu uma intenção que teria sido perfeita...
talvez se o destino, o mundo, a vida tivessem conspirado a nosso favor.

Volta breve...

20 novembro 2008

Máscaras e histórias de amor

Porque a história do amor pode escrever-se assim:

Um sonho de Pierrot...
E um beijo de Arlequim!

Menotti Del Picchia

Parabéns pela escolha do texto: Brilhante!

Uma excelente interpretação do poema"Máscaras" pelo Grupo de Teatro do Centro Cultural Português e Companhia Raiz di Polón.

Uma noite feliz no Auditório Jorge Barbosa.

Parabéns ao Arlequin atrevido. Um Arlequin de paixões e beijos intensos; teatral como se quer. Às vezes com uns laivos de "criolização" muito pertinentes!

Valeu o doce e terno Pierrot, em equilibrio com esse Arlequin exuberante. Valeu pelo amor e pela paixão representados em palco através de duas fantásticas personagens que realmente levantaram o véu sobre dois grandes actores.

Muito bonito, o movimento de cena dado pelas "duas máscaras" bailarinas e a beleza da Colombina do alto do seu pedestal.

Venham mais vezes à Praia e ousem sempre!

Parabéns e como diz o João, afinal há público para o teatro na capital!

14 novembro 2008

Há momentos infelizes

momentos infelizes. Admito que os haja. Momentos de falta de inspiração... momentos em que a vida, o trabalho, o mundo nos desilude... momentos em que nos sentidos frustrados.
Sim há momentos em que mais vale mudar de realidade, viajar no tempo, na imaginação... caminhar para longe em exercício de isolamento espiritual.

Na verdade... há momentos em que mais vale estarmos calados!
Acredito que este tenha sido um desses momentos.

Quando cheguei a Cabo Verde encontrei um jornalismo de agenda. Um jornalismo que nunca foi de investigação, de terreno, de reportagem.
Um jornalismo de relato, cópia dos press releases enviados para a secretária da chefia de redacção.

Percebi com o tempo, que os vicíos do funcionalismo ao serviço do Estado são demasiado enraízados para que algo possa mudar.

Por isso, sobre o comentário no blog Os Momentos não posso deixar de pensar num certo sentimento de "dor de cotovelo" face a uma geração de jornalistas, não importa a nacionalidade, que aqui chegam e querem mudar o comodismo instalado na velha guarda.
Mudar o sentimento de que "todos calados nos protegemos e aliviamos trabalho". Porque infelizmente para "esses jornalistas" fazer a agenda do Governo e ignorar a realidade (a do terreno) acaba por ser o caminho mais fácil para esconder debilidades e falta de competências.

Quando alguém chega e tenta a sua sorte procurando também mudar esse jornalismo de má qualidade que por aqui se faz, os "Velhos do Restelo" oferecem toda a sua resistência, como é natural, em prol dos vícios instituídos.

E, obviamente, os "estrangeiros", são, sem dúvida o alvo mais fácil, neste jogo de palavras.

Xenofobia talvez, ou ressentimentos de um passado mal resolvido que já ficou lá longe... tão longe.

Ps- agradeço a lição didáctica da jornalista Margarida "aos novatos que chegam de fora", mas já tenho uns anos de publicações em "corredores universitários... e tantos outros corredores do jornalismo.

12 novembro 2008

Usurpação é Crime. Plágio Também!

Indignada! Sim, estou deveras indignada pela falta de respeito que existe pela propriedade material e imaterial em Cabo Verde. Pela criação artística e intelectual.

Percebi-o pouco tempo depois de pisar o arquipélago quando, quase por acaso, conheci o Sr. Armando Soares, num cantinho de São Nicolau... De voz trémula, rosto marcado pela desilusão e umas mãos cansadas que já não lhe permitiam dar vida à sua rabeca, Armando contou-nos da sua luta de longos anos para tentar provar que a "Sodade", que Cesária levou ao mundo, nasceu ali, no cantinho da Praia Branca... no grémio entre amigos.
Canção de despedida de um companheiro que ia buscar melhor vida em São Tomé.

Na voz de Armando já não havia mágoa nem rancor de ter visto a sua canção ser usurpada por "autores" mais poderosos.
Era uma voz de cansaço e quase nenhuma esperança.

A autoria de "Sodade" foi-lhe atribuída em tribunal pouco tempo antes de falecer.

Sempre estranhei que toda a gente gravasse as composições de toda a gente... sempre me perguntei o porquê, do texto de uma determinada jornalista de um qualquer jornal, ser o mesmo que minutos depois ouvia na rádio... Ipsis Verbis.

Hoje indigno-me "quase" na primeira pessoa quando abro o Expresso das Ilhas desta semana e encontro (por acaso) uma fotografia de Mitú Monteiro. A mesma que foi tirada durante o Mundial de Windsurf na Ilha do Sal por Pedro Moita e que eu usei (com a devida autorização e identificação) no meu blog.

Indigno-me por perceber que o motor de busca da Internet serve para fazer copy / paste de fotografias, mas não serve para procurar os devidos autores...
A fotografia de Mitú, feita por Pedro Moita, está no jornal como se fosse parte do seu próprio arquivo fotográfico.
Chama-se a isto usurpação da propriedade alheia.

É lamentável ver que um orgão de comunicação social não respeita, nem faz respeitar a propriedade alheia e os direitos autorais.

Que sirva sempre de exemplo... para que não hajam mais Armandos Soares, a lutar toda uma vida por aquilo que é seu de direito e esperar reconhecimento poucos dias antes de morrer!

Uma boa (excelente) notícia!


Foto: Pedro Moita

Elas estão a caminho. Sairam do Mindelo e preparam-se para invadir a Praia.

"Máscaras"
19 de Novembro Auditório Nacional
Haja teatro na capital!

11 novembro 2008

Dia de São Martinho

Tempo de vestir a rigor... de pentear as crinas dos cavalos, entrelaçá-las com fitas coloridas.

Tempo de calçar as botas; colocar as esporas... dar espaço à passagem dos marialvas e das amazonas...

Tempo de ouvir estalar as castanhas no barro que ferve... de sentir esse cheiro, misto de cavalariça com terra seca desse Verão de Outono, dádiva do santo.

Dia de São Martinho, festa rija na Golegã e um pouco por todos os cantos desse Ribatejo do meu coração.

Relembro uma infância no meio de quintas e quintarolas... lá no Rio Frio correndo atrás das espigas e papoilas encarnadas... buscando vestígios, de antepassados, também eles gentes de traje a rigor, passeando pelas ruas a melhor charrete de toda a região.

Herdei nos genes o amor a esse Ribatejo dos bisavôs, o Ribatejo dos toiros e toireiros... da comida farta e do dia, esse dia mágico, da castanha assada e da primeira água pé do ano.

Herdei a Lezíria, o cheiro da terra molhada, o canto dos pássaros nos ramos das figueiras.

Hoje é dia de São Martinho... comerei castanhas em jeito de homenagem, de memória e de saudade.

Parabéns Mitú!

Foto: Pedro Moita

Ainda há poucos meses Mitú me contava humildemente que o seu grande sonho era vir a ser um dos melhores do kitesurf em todo o mundo.

O "menino" do Sal, aventurou-se primeiro nas ondas da Ponta Preta no Mundial de Windsurf deste ano. Conseguiu apurar-se para a competição e brilhou ao lado dos melhores do mundo.
Foi eliminado numa das "mangas"...
Mas não desanimou, manteve o sorriso que nele é contagiante e a esperança na participação que se seguia: no mundial de Kitesurf. Desta vez com muito mais ambições.

"Quero ficar entre os três melhores do Mundo", confessou-me, então.

A caminhada foi longa, começou em Abril, e terminou este fim de semana em Marrocos.
O sonho cumpriu-se. Mitú não foi um dos três melhores, foi o melhor.

Sagrou-se Campeão do Mundo do Kitesuf Profissional World Tour (KPWT), modalidade ondas.
Um exemplo de determinação e a prova de que os sonhos podem ser realidade, com empenho, muito trabalho e um sorriso dia após dia.
Parabéns Mitú!

05 novembro 2008

Haja Burocracia!

Ser jornalista não é fácil. Em nenhuma parte do mundo.
Mas confesso que em Cabo Verde, entendi melhor essa realidade e percebi que é preciso ter muita paciência e habilidade para ultrapassar, ou simplesmente contornar os obstáculos que vão aparecendo em cada caminhada heróica para realizar mais uma reportagem.

O país que gosta de se assumir como um território globalizado, continua a olhar para a comunicação social com jeito de desconfiança, descrença... ou simplesmente com aquela sensação de que falar com os jornalistas é mais prejudicial do que vantajoso.

É certo que na sua maioria a classe jornalística nacional não tem feito muito para combater esta situação e afirmar-se como uma classe forte, credível e com poder de ser um interlocutor objectivo e fiável.
Os jornais são sobejamente politizados, a televisão nacional, funciona como uma espécie de agenda do Governo e mostra, dia após dia, um Cabo Verde sentado em colóquios, debates e conferências.
Do terreno, das pessoas, da vida no país pouco ou nada é mostrado.

Apesar disso há uma minoria que tenta reverter a situação. Fazer jornalismo, investigar, dar voz a quem tem realmente algo a dizer.
Esses, são frequentemente bloqueados por burocracias sem sentido que para nada mais servem do que mostrar poder e autoridade.

Os "jobs for the boys" criaram uma classe dirigente de instituições, entidades e organizações muito pouco preparada para os cargos. Pessoas que ali "cairam" por acaso e resistem às entrevistas, fogem às respostas, negam filmagens e reportagens, atrasam informações.

Nesta realidade, muito fica por dizer, por contar e esclarecer. No final a reportagem é sempre a possível e nunca a desejada.
Desistir é o caminho mais fácil... ou então lutar (como se pode) e pelo caminho ir ganhando uns quantos cabelos brancos e ataques de nervos.

03 novembro 2008

Uma análise ancorada na estupidez!!!

Sr. Manuel Fernandes:
Antes de mais deixe-me dizer-lhe que poucas vezes um artigo de opinião me tinha despertado tamanho interesse, pelo seu conteúdo. É certo que também nunca tinha encontrado num mesmo artigo um conjunto tão vasto de idiotices, preconceitos, inverdades... enfim, conseguiu prender a minha leitura do princípio ao fim. E mais! voltar a ler e reler, na certeza de estar perante qualquer equívoco de linguagem.
Mas não... após muito e muito tempo debruçada sobre o seu texto, só tenho a lamentar, por ainda existirem no mundo pessoas que pensam assim.
É triste, muito triste.

Como tal, e para registo tomei a liberdade de citar e comentar alguns ex libris do seu artigo.

Antes, pretendo, no entanto, dar-lhe os parabéns pela vasta pesquisa que efectuou.
Pelo número de citações percebe-se que fez uma procura incessante para a fundamentação da sua ridícula tese.
Gostei particularmente dos 20 substantivos que encontrou para definir "práticas sexuais equivocadas"( masturbação; fetichismo; narcisismo...) e foi com alguma surpresa que acabei por perceber que também eu sou uma praticante de alguns desses "equívocos"(talvez tenha algum desvio genético, ou um trauma enraízado até aos cinco anos de idade, como sugere mais à frente).

Segundo os teólogos citados, o homossexualismo é uma manifestação da "contaminação do corpo humano", ou uma espécie de "síndrome neurótica". Sendo assim, e entendendo a Teologia como uma ciência, pergunto se tais afirmações são fundamentadas em trabalhos científicos e investigações precisas. Nesse caso, gostaria de saber pormenores, tais como: qual a bactéria que contamina o corpo a ponto dele manifestar a sua homossexualidade, ou, qual a degeneração nervosa que provoca a tal "síndrome neurótica"?

Também o Manuel fala de uma "profilaxia social para o homossexualismo". Eu defenderia uma profilaxia para pessoas e pensamentos retrógrados como o do sr., porque esses sim, são, sem dúvida, um grande entrave à evolução humana e social e um perigo para a saúde pública e mental de qualquer cidadão.

Avanço e surpreendo-me com mais duas pérolas da sua escrita: "hoje até já se convive com o casamento entre homossexuais e a adopção de filhos" e "muitos idealizam usar o parceiro APENAS para abastecer os desejos temporários". Pergunto-me eu, se o sr. conhece a realidade em que vive? a das familias monoparentais, a das crianças que nascem em nenhum seio familiar, sem referências, sem pai nem mãe presentes. A realidade da poligamia assumida, das relações sexuais fáceis, ao alcance de uma mera recompensa em troca da realização de desejos sexuais. A realidade da gravidez na adolescência, das violações e abusos sexuais?
Reconhece?
Talvez ignore porque se trata de uma realidade do mundo "heterossexual" e nesse, pelos vistos tudo é permitido, simplesmente porque não é "contra-natura".

Pois para mim é contra toda a Natureza da ética e dos valores humanos. Contra toda a Natureza do respeito pelo parceiro. Para mim são essas, as práticas ofensivas de uma sociedade que se quer desenvolvida e cosmopolita. De uma sociedade que tem como desafio do Milénio erradicar a pobreza e dar um salto substancial na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Para terminar a afirmação petulante de quem pensa ter a "cura para o homossexual". Confesso que neste momento da leitura do seu texto já não tinha qualquer dúvida sobre quem precisa de um cura profunda e irreversível.

O seu desafio é, no meu entender rídiculo, anedótico e mesquinho.
Em última análise, mesquinho por acreditar nessa prioridade idiota de criar um centro de reabilitação para homossexuais, com tantas outros projectos interessantes, evolutivos e inteligente que um "economista" deveria defender para o seu país.

Para finalizar permita-me usar a sua última frase com as devidas adaptações:
"Finalmente devemos olhar esta mentalidade preconceituosa, primitiva e idiota como uma doença típica de pessoas "despudoradas", traumatizadas e com desvios comportamentais graves, perigosos até. Devemos encarar o problema com simpatia e humor, buscando contudo a sua erradicação."

À Semana: lamento a publicação de tamanha aberração. Opinar num jornal não significa escrever tudo o que vai na alma do "escritor" incluindo as suas perturbações e frustrações. Opinar num jornal também siginfica não violar os valores éticos e a deontologia desse meio de comunicação tão abrangente.

Em jeito de conclusão
Eu e os meus colegas do Nha Terra Nha Cretcheu estamos a preparar uma edição alusiva ao dia Internacional da Tolerância e só lamentamos não ter descoberto este sr, uns dias mais cedo. decerto daria uma grande entrevista sobre o tema.

Texto alusivo ao artigo de opinião escrito por Manuel Fernandes e publicado no Jornal a Semana de 31 de Outubro de 2008.

Música e mais música



Um fim de semana musical, eclético, com espaço para muitos estilos, acordes, melodias e vozes.

Sexta à noite: um piano e um grande comunicador no palco do CCP.
O maestro Vitorino de Almeida veio a Cabo Verde descobrir que o país é, nas suas palavras, "uma reserva natural de Humanidade".
Valeu pela viagem musical por Chopin, Mozart e pelas obras que o maestro criou para cinema. Uma fantástica caminhada sonora, repleta de sons e estilos, tocados com o saber de um génio do piano português.

Muitas palavras entre cada toque exímio a alimentar uma empatia que começou assim que o maetros subiu ao palco e se negou a usar o microfone como "intermediário" entre ele e assistência. "Se me ouvem bem, prefiro não me servir deste interlocutor", explicou.
E claro que ouvimos bem, muito bem.


Sábado à tarde: decisão do dia- verificar sempre as informações da comunicação social!
Depois de uma viagem em vão até à barragem, lá conseguimos a muito custo saber que a "Spiga" de Princesito, seria noutro local... em Covoada.

Muitos passos por entre um trilho lamacento, uns chinelos perdidos pelo caminho e algumas peripécias depois; eis-nos chegados aos local da festa. Celebrava-se o dia 1 com milho, música, animação, no meio de um cenário verde, sarampintado de pequenas casinhas acolhedoras.

Um sítio bonito, onde Princesito cantou e encantou alguns temas daquele que, na minha opinião, é um dos melhores discos de música cabo-verdiana que saiu este ano.
Valeu a viagem os chinelos, as lamas e a chuva que não parava de cair.

Sábado à noite- Disiz la Peste, um nome do hip hop francês, desconhecido por aqui dava concerto no auditório nacional, em espectáculo organizado pelo sempre "hermético e restrito" Centro Cultural Francês.

O lugar não era, certamente, o melhor para se ver e ouvir hip hop. A divulgação também se resumiu uns modestos flyers e um outdoor à subida para o Plateu.
O resultado seria fácil de prever: um auditório vazio de gente, com alguns curiosos e uns tantos funcionários do CCF que, mais por obrigação do que por gosto, lá marcaram presença.

O atraso de uma hora não ajudou os resistentes e muito menos os dois grupos nacionais que "tentaram" abrir a noite... sem sucesso. Pouco profissionalismo, um rap primitivo, postura zero em palco.

Disiz la Peste começou mais cedo do que o previsto. E ainda bem!
Bons músicos, um excelente dj a dar o mote, para um concerto que só não foi mais emotivo por falta de público, de receptividade e calor humano.
Quem lá esteve reconhece que valeu a pena ver e ouvir este rapper francês, o excelente baixista e toda a "tripulação" incansável, remando contra uma maré de enércias.

Para os rappers nacionais que sirva de exemplo:
É que o rap e o hip hop já não são se resumem somente a um sampler com um beat monocórdico, dois ou três miúdos com cara de maus a dizerem palavras soltas, de microfone na mão, enquanto a outra mão nada mais faz do que descansar (mas com estilo!!!) sobre a zona genital!

31 outubro 2008

Yo no creo, pero que las hay, las hay

Todas temos um quê de bruxas... feiticeiras... magas... ninfas matreiras, cheias de "encantamentos".
Todas temos os nossos truques, as mézinhas, os segredos e poções mágicas.

Hoje é o dia de conspirações... dia de magias brancas (e negras)... de espalhar pós de prlimpimpim pelo mundo, de lançar desejos, feitiços... de transformar os príncipes em sapos e os sapos em príncipes encantados!
De reduzir aquela pessoa detestável a uma pequena pedrinha, num charco qualquer.
De adornar as "gatas borralheiras", com lindos vestidos e jóias valiosas.

Hoje é dia de ver o mundo sair de dentro da nossa bola de cristal. É dia de pôr em prática os truques que exercitámos e as poções que já fervem no caldeirão.

A todas as bruxas do mundo desejo um excelente passeio de vassoura voadora, muito sucesso nas feitiçarias e um dia cheio de momentos mágicos!

E vocês, que feitiço fariam hoje?

30 outubro 2008

A new feeling...

Estás a crescer... e contigo, crescem também as expectativas, os receios. A doce sensação de um medo que se mistura com ansiedade, nervosismo de principiante.

Tudo à minha volta são perguntas, dúvidas, questões de um novo estado no qual sou ainda inexperiente.
Cresces comigo, em mim... a cada dia um pouco mais.
Sinto-te frágil, dependente... sinto a tua pequenez, o teu minúsculo ser... envergonhado...

E desssa fragilidade nasce, porém, uma grandeza maior do que tudo... grandeza de um sentimento, de uma sensação tão forte.
Grandeza de uma nova vida que cresce em mim... que é parte do meu viver.

29 outubro 2008

Uma bela verdade!

''No mundo actual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos teremos velhas de seios grandes e velhos de pila dura, mas que não se lembrarão para que servem"

Dráuzio Varella, médico

http://drauziovarella.ig.com.br/



24 outubro 2008

The winner is:

Não... não é Cabo Verde.
Contrariando todas as afirmações, sensos comuns e, de vez em quando até, alguma basofaria, pelos vistos Cabo Verde não é dos melhores lugares de África para fazer turismo.
Surpreendam-se os que, por amor à camisola, até dizem que as ilhas criolas são o melhor lugar do mundo para visitar.
A verdade é que segundo os "óscares" do turismo o país nem sequer figura na lista, em nenhuma das categorias.

O prémio vale o que vale, é certo, mas pode ser um sinal de que o turismo é um sector pouco estável, com muitas variáveis e que apostar exclusivamente nele como o tal "motor" de toda a economia, pode ser um erro grave.

Cabo Verde abre as portas aos investidores, aprova com distinção projectos milionários sem contrapartidas, prometendo isenções e facilidades... Vivem-se os anos dourados, mas a factura vai chegar, provavelmente com muitos juros!

Acredito que tinha de ser assim. Que o país tinha de promover um verdadeiro boom do turismo para sobreviver.
Mas está na altura de virar o jogo, de exigir mais dos investidores que chegam com projectos megalómanos: exigir que participem no desenvolvimento do país, na habitação social, que assumam responsabilidades junto da comunidade, que invistam na formação e qualificação dos funcionários.

Também é tempo de apostar num turismo de qualidade.
Um turismo em que o visitante se sinta seguro, olhe à sua volta e veja vilas, lugares e cidades cuidadas, limpas, com indicações para chegar aos locais visitáveis e estradas capazes!
Um turismo onde o visitante tenha de pedir café somente uma vez e seja entendido!
Em que o atendimento se torne rápido, eficaz e com simpatia.
Um turismo que revele Cabo Verde na sua essência cultural sem os clichês do costume e o "Sodade", da Cesária a ser tocado e cantado a muitas vozes em todos os hotéis, noite após noite... como uma espécie de disco riscado.

Os prémios em:
http://www.worldtravelawards.com/winners

22 outubro 2008

You wear Black

Negro... como a noite em que nos envolvemos... cor da escuridão... desse manto de nada, tão escuro que nos refugia, nos esconde, lá longe, onde só nós dois podemos ficar.

Negro como o eclipse que olhámos um dia no céu estrelado.

Negro, cor das inscrições da tua pele... cravadas em ti, testemunhando anos, momentos, vivências e emoções.

Negro de uns olhos brilhantes, magnéticos que ofuscam as noites estreladas e luminosas, que roubam a luz, as constelações e o céu só para ti.

Negro de mim e de ti... negro da pele, dos fios de cabelo... dos gestos proibidos...

Negro que nunca é triste, nunca é lúgubre, nem dramático, nem fatalista.
Antes doce, aveludado, suave...matreiro...

You wear black...and I like it.

17 outubro 2008

Poison (I like you I'll kill you last)

Corres-me nas veias... Fluis por todos os cantos de mim, como uma veneno inevitável.
Aqueces-me por dentro, acelerando o bater do meu coração... perigosamente, apaixonadamente.

Partilhas o meu corpo, o meu desejo... os meus segredos... os nossos segredos!

És um veneno bom, um veneno agridoce que alimenta a minha loucura.
Sal e açúcar, em combinação perfeita dentro de mim.

Talvez um dia queira exorcizar-te... talvez um dia deixe de gostar desse sabor... deixe de querer partilhar o meu corpo com o teu suave veneno.
Talvez, não suporte mais os batimentos acelerados de um coração que se cansa, que de repente procura o sossego e quer abrandar.

Talvez um dia... mas hoje não.
Gosto do teu veneno... faz-me sentir ... Eu

13 outubro 2008

Enigmas

Dei por mim a perguntar-me onde estás? Que fazes a essa hora da tarde, ou do dia, ou da noite... que lugar ocupas no universo, neste ínfimo minuto em que apareceste na minha memória.

Recosto-me na cadeira e penso, como é bom puder lembrar-te assim ausente, longínquo, enigmático.
Como gosto desse teu jeito de te tornares invísivel entre duas breves e fugazes visões.

Pergunto por ti a mim, sabendo que não sei a resposta... Posso imaginá-la, sonhar com uma aparição quase divina... única, intensa, mas nunca inesperada.

Sei de cada vez que estás para breve... tal como aguardo os momentos em que de novo desapareces, para um outro mundo que nunca conheci...

Quero que sejas sempre assim... mágico, desejado, misterioso... aparecendo e desaparecendo ao sabor de um vento breve que passa forte e deixa a paisagem revolta... para de seguida partir rumo a outras paragens, lá longe...

Where are you now?

09 outubro 2008

Hoje... só hoje

Hoje lembrei-me de ti... e de mim... de mim e de ti, quando havia ainda um nós para contar.
Hoje acordei com saudades tuas...
E procurei-nos nesse passado não tão longe assim...
Quis encontrar sinais de ti...
E foi tão fácil descobrir-te de novo, descobrir as marcas que deixáste “pintadas de fresco”... teimosas, insistem em manter-se, quase invisíveis, mas presentes.

Hoje, fui descobrir uma história que procurei esquecer... ou pelo menos abandonar...

E recordo-te a dançar para mim, nesse jeito envergonhado de quem só dança em segredo... Relembro uma voz desafinada que cantava canções de amor ao meu ouvido... (“and I can love you for the rest of my life…”).
Promessas vãs que nos soavam tão bem.
Hoje quis ouvir todas essas canções de novo.
Ouvir-nos e rever-nos nelas uma vez mais... Imaginar de novo o nosso refúgio escondido...

Nem sei porque me invadiste assim sem aviso. Só sei que a tua memória acordou comigo. A tua imagem, as curvas do teu corpo, a leveza da tua pele.

Não te quero de novo, mas gosto de recordar-te sem dor nem rancor. Tal como um dia gostei de gostar de ti...

Hoje tudo perdeu sentido, tudo ficou lá longe num passado que não volta.
Hoje, nem sei de ti.
Onde estás, como estás? E nem procuro saber. Já nem me importa se te deixei marcas, sinais, memórias de mim...
Prefiro recordar-te como eras no nosso universo fechado...
Prefiro pensar a nossa história à minha maneira e usá-la como fonte de inspiração...

06 outubro 2008

New Life

Welcome to my world...

30 setembro 2008

E se...

E se uma tempestade caísse sobre nós... desabasse, sem aviso, nem misericórdia...
E se a chuva de repente decidisse varrer-nos, limpar-nos por dentro e por fora... como se quisesse purificar-nos, santificar os nossos corpos, as nossas almas...

E se essa água vinda dos céus roubasse de nós os cheiros, os sentimentos, as memórias e palavras que não devíamos ter dito...
Se levasse com ela essa loucura vivida e sentida... e nos fizesse esquecer... para recomeçar longe desse mundo surreal que só nós criámos em breves momentos de egoísmo...

Se a chuva limpasse de uma vez toda a história... se a levasse na enxurrada... de uma vez, de uma só vez...

Será que iriamos permitir?

24 setembro 2008

abandonada, moribunda, esquecida?


Uma aventura,um suplício, sacríficio, castigo. Assim é andar pela cidade CAPITAL de CABO VERDE.

O lixo amontoa-se por todos os lugares, nos bairros, nas ribeiras, nas estradas e ruas... nas zonas nobres... tão nobres quanto sujas!

No ar reina o cheiro intenso a monóxido de carbono, duma frota automóvel que se modifica a duas velocidades: a do aumento dos Prados e Tuaregs, e a do envelhecimento dessas latas de quatro rodas, verdadeiras bombas poluentes... emissoras de uma astronómica quantidade de gases tóxicos!

Na estrada condutores desvairados, enlouquecidos, contornam todas as regras, normas e éticas da condução para chegarem primeiro... Um verdadeiro perigo, uma aventura daquelas de nos deixar o coração nas mãos a cada esquina, a cada rotunda, a cada cruzamento!

Conduzir na capital é como participar numa gincana, num rally paper ou outro desafio que obriga a desviar dos muitos obstáculos e BURACOS. Buracos todos os lados, que a chuva tratou de piorar.
E agora, não há quem se decida a pôr mãos à obra para, pelo menos, concertar aquelas "crateras" capazes de engolir um veículo de uma só vez!
(Talvez porque esses decisores prefiram ficar nas suas "bolhas" climatizadas, sem buracos, nem obstáculos...)

A isto junta-se um calor insuportável, que talvez o fosse menos se pela cidade houvessem espaços de passeio, parques, áreas verdes... mas isto, isto já é utopia... já é viagem para outras realidades.

Em tempo de debates sobre a criminalidade na cidade, penso que outros crimes, dissimulados estão a vitimar a Praia de Santa Maria- o crime do abandono, do esquecimento... o crime do desleixe.

Talvez seja só a minha sensação... ou não?

23 setembro 2008

Inspirações, ou realidades post scriptum?

E ele agarrou-lhe a mão, e ela agarrou-lhe as mãos,
e ficaram assim de mãos agarradas, primeiro a olharem para as mãos,
depois levantando lentamente os olhos, que por fim se encontraram,
perdendo-se uns nos outros,
sem já saber quem via ou era visto,
os olhos, ao mesmo tempo a verem e serem vistos,
nus, sem qualquer pudor, como se tudo fosse possível uma vez mais,
uma última vez,
sem esquecer que o que lhes estava a acontecer é impossível,
quanto mais de esquecer.

In Muito, Meu Amor- Pedro Paixão


Essas mãos poderosas que assentaram sobre os meus dedos trémulos, inquietos, numa noite luminosa...
O teu rosto e o meu siderados, fixos...em pausa... face to face... e um beijo, o primeiro de muitos beijos impossiveis... impossiveis de sentir, de falar... impossiveis de esquecer.

E lembrei-me de Muito, Meu Amor. Como se este nosso momento fosse um dejá vu há muito antecipado por Pedro Paixão...
desta vez vivido em vez de lido.

Também a nossa história daria um livro de amor...
Amor a nós mesmos... amor a essa necessidade egoísta de viver aquele espacinho de tempo que só pode existir numa outra vida, num outro contexto, longe do real e do lógico.
Amor a essa sensação de prueba superada, desafio alcançado, em jeito de quem vai ganhar a taça no final.

Amor a uma paixão desenfreada que nasce e morre dentro de nós... tão rápida e fugaz, quanto intensa, quente, apaixonante...
Uma verdadeira ode à nossa loucura.

Muito, muito, meu amor...

19 setembro 2008

Suores

As gotas de água salgada escorriam pelo teu rosto. Começando na testa e descendo, lentamente, como que a beijar cada curva, cada saliência dessa face bonita, tranquila...

Dos teus olhos explodiam brilhos de desejo. Como eu nunca tinha visto.
Mais do que todas as outras vezes... Muito mais!

Tinhas o cabelo molhado. Diria que chegavas de uma longa caminhada à chuva.
Mas não, estiveste sempre ali do meu lado.
Eu, tu e uma lua magnifica que iluminava os nossos corpos.

Todos os teus poros transpiravam suor, paixão, loucura e fundiam-se com os meus que clamavam incessantemente por ti.

Fomos um só, de novo.
Experimentámos, sem tabus, o desejo intenso que guardamos dentro de nós...como um segredo irrevelável, proibido, que se mostra sempre que os destino nos confronta.

Nem sei quanto tempo assim estivemos, juntos, à luz da Lua... Mas lembro-me de sentir a tua pele macia... lembro-me de ouvi-la respirar... transpirar. Lembro-me do cheiro intenso- do nosso cheiro.
Do teu odor que levei comigo, assim como de mim levaste os aromas, os sons, os olhares.

Memórias de um momento de fusão... um momento de corpos suados, molhados...
que se despediram de novo
...talvez, até à próxima Lua Cheia.

16 setembro 2008

"olá nina quero tratar de ti"




Fotos: Pedro Moita

Five stars.
Santa Maria foi um festival para todos os gostos. E nem a diva faltou...

Boa disposição geral, sem desacatos! Reggae, hip hop, mornas, coladeiras, zouk... Muitos estilos, muitas gentes de todos os lugares.

Muitas palavras, muitas conversas... Olhares cruzados, discretos... de soslaio.
Outros atrevidos, descomplexados.
Encontros e desencontros. Supresas boas e más... Momentos inesperados... surreais...surpreendentes. Imagens que dispensaram palavras...

E tudo terminava ali... num palco cheio de música, som, alegria e dança. Num palco que só se calava quando o sol já ia muito alto.

11 setembro 2008

D day


Nunca me deixes
preciso de ti
o amor é uma locura
e tu precisas de mim
em qualquer altura
em qualquer lugar
sinto a tua presença
até no meu olhar.

Duía- Da Weasel


A Doninha está a chegar! Finalmente os Da Weasel sobem aos palcos criolos. E já não era sem tempo.
Pacman; Virgul e o resto da tripulação vão levar até Santa Maria o beat de um hip hop de luxo que há muito se esperava por estas bandas.

Os Da Weasel dispensam apresentações- 15 anos de um projecto arrojado, que em 1993 parecia apenas uma loucura de um "bando de putos" de Almada.
Mas os "putos" vingaram.
Ganhou a música e a teimosia de cantarem hip hop em português.

Hoje são referência na Europa; galardoados com o prémio "best portuguese act 2005" pela MTV; entre muitas outras distinções.

Será, sem dúvida, um momento para recordar do Festival Santa Maria deste ano.
Encontro marcado: Djad Sal; 12 de Setembro!

10 setembro 2008

Santa Maria...soon

Out on the corner With my roller skates
Having fun with the girls
Says i'm feeling great
In the dark of the night
Street lamps glowing
On full blast is my radio

Up comes this guy in his flashy car
In his mouth stuck a big cigar
Needed my help
Said he lost his way
(...)


"Roller Skates"- Steel Pulse



Good moods and roots. Roller skaters, "cigarette" boys; blondie guys; black sheeps. Everything and everybody... at Sal Island...

I'll be there... Will be there!

Ainda as Máscaras

Um projecto artistico e cénico arrojado. Uma equipa de luxo, eclética e cheia de grandes nomes da cultura de Cabo Verde! Uma surpresa arriscada.

A julgar pelas opiniões "Máscaras" foi um sucesso que marcou o Mindelact deste ano!
Não tive o privilégio de assistir a este momento teatral.
Aguardo que as "Máscaras" venham até à Praia um dia destes... Já me constou que é capaz de ser possível...

Fico à espera.

09 setembro 2008

Parabéns a nós

A caminhada nem sempre é fácil... às vezes a fraqueza apodera-se de nós... às vezes pensamos em desistir...
Mas juntos encontramos a força e o ânimo que nos faz continuar.

Talvez nunca saibamos qual é o destino... talvez só no final... talvez na eternidade.
É essa a magia da nossa viagem, é esse o fascínio do caminho... inesperado, surpreendente... sinuoso, às vezes; noutras, mais fácil de percorrer.
Que continuemos assim... passando por primaveras e invernos; por tempestades e bonanças... resistindo aos temporais, sorrindo aos dias solharengos.
A nossa meta é apenas esta viagem...
o meu desejo: que a façamos sempre lado a lado, seja qual fôr o caminho que o destino nos vá reservar.
Parabéns!

05 setembro 2008

E por falar em metamorfoses...



Fotos: Pedro Moita

Sobe o pano no Mindelo.
Actores de todo o mundo marcam presença no grande festival de teatro de África.
Representam-se personagens...comédias, dramas... estórias, muitas estórias... contos de todos os lugares e épocas.

O teatro será rei entre 4 e14 de Setembro.
As artes de Moliére estarão em destaque unidas a muitas outras manifestações artísticas, cénicas, musicais... tertúlias, acções de formação e debates.

Hoje é tempo de homenagens, tempo de aplaudir os "actores da dança nacional".
Mindelact vai destacar o trabalho do grupo Raiz di Pólon.
E bem merecem! Merecem pela qualidade, pela ousadia de transformar a dança contemporânea num símbolo da identidade culural de Cabo-Verde.
Merecem pelas "metamorfoses" em palco... pelos rostos, movimentos, gestos e expressões que assumem em cada actuação. Por transformarem a vida em performances plenas de simbologias, mensagens, sentimentos.

Parabéns Raiz di Pólon que nunca falte o fôlego para continuar a caminhada!

programa oficial em www.mindelact.com

04 setembro 2008

Metamorfose...

"Prefiro ser essa metamorfose ambulante...
do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."
(Raul Seixas)

Sim essa metamorfose que hoje ri, amanhã chora. Que ama e odeia com o mesmo ardor.
Essa metamorfose de te atrai e repele... que te confunde, baralha, surpreende.

Hoje sou rosa, amanhã azul! Sou montanha e planície. Deserto e oásis. Chuva e sol de Agosto!
Sou tempestade e bonança. Sou clássico e contemporâneo.
Sou eu e tu... e tu e eu... num só.
Sou mil e uma personagens... rostos e corpos que mudam com o mundo e se mantém unos, idênticos a mim!

Assim sou, assim me amas... assim me odeias...

 
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