11 dezembro 2008

No deserto

No deserto escrevi o teu nome... em vão. O vento forte que soprou naquele dia foi tão fugaz, que nem eu consegui reler todas as letras que te compõem.

Procurei os teus passos no meio de tantos e tantos que pisam as areias finas...
não...
não consegui descobrir por onde caminháste.

Corri na imensidão das dunas, buscando um sinal de ti no meio de um silêncio ensurdecedor... corri até cair exausta e deixar-me envolver naquele manto dourado.

Enchi a mão de um punhado de areia, símbolo do nosso fulgor... do desejo, da paixão...
mas de tão fina ser, a areia escapou à minha mão... qual ampulheta de improviso que esvazia discretamente quando o tempo é já longo demais...

Assim somos nós dois... perdidos e achados num deserto qualquer.
Numa imensidão de nada... de dunas vazias à mercê de um vento caprichoso que as muda de sítio, de lugar, de figura.

No deserto nos encontramos tanto como nos perdemos... no deserto buscamo-nos sem norte, sem sentido, caminhando por entre areias que ora pousam tranquilas ora se levantam em revolta para dali partirem rumo a um outro lugar.

Ao deserto hás-de chegar de novo somente para me rever.
Talvez te espere ali... ou
talvez também eu esteja escondida, no meio do vazio, do silêncio, do imenso...
e tu desistas, assim, de me buscar.

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