30 maio 2008

Your Smile

Ainda me lembro.
Consigo até vislumbrar ao longe essa luz que um dia se acendeu para mim e irradiou todas as cores, todos os brilhos... tão intensa que tudo à tua volta ficou na penumbra...
Vislumbro, como se ainda estivesse acesa... E será?
Imagino-te de novo a sorrir.
Ainda sei de todos os traços, rugas, covinhas e trejeitos desse rosto que se abriu para mim. Num só instante, de uma só vez. Mas com a força de milhares de horas, dias, anos. O tempo certo para ficar o registo.

O teu sorriso... Misto de marotice, com desejo... carinho, amizade e segredo... segredo que nunca virei a descobrir. Melhor assim.
Quero o mistério do teu sorriso!
Eu, irei sempre recordá-lo e envolvê-lo de todos os sentidos, palavras e ideais que quiser.
Tu guardarás para ti a verdade.
Nunca me contes nada... nunca me digas nada.
Quando nos encontrarmos, sorri de novo... assim... só para mim.

29 maio 2008

"Arrumar a casa"

Olho à volta e encontro um amontoado de (i)móveis.
Pedaços de uma decoração que já nada me diz. Na qual me vejo, mas não me revejo.
"Objectos" que foram entrando até a casa ficar cheia. E parecia bonita assim! Porque é tão fácil habituarmo-nos...

Hoje tentei procurar-te no meio dessa confusão. Remexi em tudo, arredei, movi, espreitei os sítios de sempre e os mais improváveis... Não estavas!
Por momentos achei que não te ia encontrar. Como se aquela multidão de coisas te tivesse engolido, aniquilado...

Assustei-me... entrei em pânico. Não te procurava há muito.. é certo! Mas habituei-me à certeza de estares sempre ali, no teu lugar. Sentia a tua presença e, para mim, isso bastava.

Não partiste... Achei-te de novo.
Estavas escondido, separado de todas aquelas peças decorativas, bujigangas, artigos para tudo e para nada.
Aguardáste serenamente o momento... o teu momento. Sabias que te havia de procurar. Porque foi sempre assim. E eu fiquei feliz por te achar!

Hoje entendo...
A casa está demasiado cheia. Precisamos de espaço. Tu precisas de um lugar mais teu. Só teu!
Vou abrir todas as janelas. Deixar entrar o ar fresco. Esvaziar desse cenário que até parece belo... Esse cenário que afinal confunde e anula o essencial.
Sim! Esta casa tua e minha vai ser arrumada ...com a minúcia das decorações minimalistas...
com a certeza de não voltar a ter de procurar-te cá dentro.

28 maio 2008

Ainda a "silly season" em Viseu

Foto: www.euro2008.uefa.com/


Quem passa na loja de Fernando Santos, situada na Rua Direita, não pode deixar de reparar no original vestido de noiva feito a pensar na ocasião.A proposta é que as noivas subam ao altar com Cristiano Ronaldo estampado ao peito e os seus colegas Petit, Bosingwa, Bruno Alves e João Moutinho, entre outros, a enfeitaram a saia, juntamente com o símbolo da Federação Portuguesa de Futebol.
Fonte: Lusa

Na tasquinha de Farminhão, Cristina tem a resposta para os problemas da Selecção. "Lombo de conserva! Os nossos antepassados só comiam disto e adoravam", recomenda, enquanto exibe um naco da especialidade, frita em banha e conservada em azeite. Vai bem com "pãozinho de Boa Aldeia", completa, ao lado, Isabel.
Fonte: O Jogo

"Francês", "Matrecos", "Puto" e "Mister" são os nomes pelos quais são conhecidos os quatro aventureiros que, pintados com a cor da bandeira nacional da cabeça aos pés, andam a circular pelas ruas de Viseu no seu carro chamado "A Promessa", dificilmente passando despercebidos.
Fonte: Lusa

A discoteca The Day After, de Viseu, reabre sábado à noite, prometendo uma "mega-festa" para assinalar a estadia na cidade da selecção nacional, onde são esperadas 2.500 pessoas.Além de estar decorada com as obrigatórias cores da bandeira nacional - verde, vermelho e amarelo -, a discoteca promete vários motivos de animação.
Fonte: Lusa

Na sala 2, os meninos do primeiro ano começaram a ensaiar o hino que, na próxima semana, receberá a Selecção Nacional, na sessão solene na Câmara Municipal de Viseu. Na sala 3, a turma desenha potenciais emblemas para o torneio interturmas que se disputa, a partir de segunda-feira, no recreio. Por estes dias, o futebol está presente em muitas das actividades da Escola de S. Miguel (primeiro ciclo do ensino básico), vizinha do Fontelo, fácil de identificar pelos arcos coloridos na vedação e pelas bandeiras coladas nas janelas.
Fonte: O Jogo

27 maio 2008

Silly Season

Este ano a "silly season" chegou mais cedo a Viseu e por ali agora só dá verde e encarnado. Aliás, uma mancha que se está a espalhar rapidamente a todo o território lusitano.
"Viriato" deu lugar a outros heróis de nomes mais comerciais: Cristiano Ronaldo; Deco; Nani...

O combustível aumenta a cada golo que o "menino da Madeira" marca nos treinos. A inflação sobe à velocidade dos pontas de lança, mas são tudo pormenores. Porque a verdadeira crise nacional só acontece se Portugal não passar da fase de grupos do Campeonato da Europa!!!
E que crise!
Nós, cidadãos do mundo, estamos todos atentos à forma como o novo "Primeiro Ministro brasileiro" gere este mini país, composto por onze titulares e mais uns quantos suplentes...

Mas verdade seja dita, silly ou não, é bonito ver esta onda de patriotismo, num país que já foi classificado como um dos mais deprimidos da UE. Portanto se é de golos que a malta precisa para estar feliz, que venham eles!

Já agora, era bom ver este mesmo clima, em Cabo Verde, quando chegar, na próxima semana, o
onze nacional.

Porque o apoio é muito importante. Palavra de desportista!

Eterno


Há estrelas que não se apagam. Simplesmente, rumam a outras galáxias...
Sidney Pollack partiu mas deixou entre nós o brilho da sua obra.

A sétima arte está muito mais pobre. A nós cinéfilos, espectadores, curiosos ou apaixonados, resta-nos ver, ou rever todos os marcos da caminhada exemplar de um dos maiores génios do cinema mundial.

Sidney Pollack deixou uma constelação de películas. Obras primas de um percurso que nunca foi linear, mas quase sempre perfeito. Eternos pedaços do cinema, que hão-de ver-se e admirar-se sempre.
Que hão-de resistir às épocas, às modas e aos estilos.

Para recordar: Tootsie, A Intérprete, Out of Africa, Três dias de Condor...

E lembro-me de ti, sobre rodas a dançar ao som da Banda Sonora de "Out of Africa". O público de pé a aplaudir-te e eu de lágrima no olho cheia de orgulho...

P.S- Que tal um ciclo dedicado a Sidney Pollack na FAC? (é só uma humilde sugestão!)

26 maio 2008

À tua espera

Espero-te!
Sinto-te perto sem te ver... sem nada saber. Oiço o teu som que chega embalado nesse aroma que conheço de cor.
Canto-te, vejo-te, recordo-te... surges-me delineado em cada olhar. E em todas as passagens de pessoas, almas, visões e vultos que me atropelam e me confundem.
Tu pareces estar sempre aqui ao meu lado! A desafiar a ansiedade... Divertindo-te quando o meu coração muda de compasso. Quando o batimento acelera por te sentir sem te ver.

Estás para chegar... tenho a certeza!
Podes ter tantas formas, tantos sons, tantas texturas, tantas cores. Podes ter mudado, posso nem te reconhecer. Podemos não nos reconhecer!

Mas sei que te espero, curiosa de como serás, de como estarás nesse teu jeito de seres tantas personagens numa só.
Quando chegares veremos que guião deves seguir. Que papel assumirás... que personagem vai prevalecer...e veremos se a personagem será protagonista, ou simplesmente figurante...

20 maio 2008

A minha heroína!

Ensináste-me a vencer... e a aceitar as derrotas com dignidade.
De ti, herdei esse jeito determinado, lutador. Essa força que o passar dos anos não apaga, intensifica... Essa chama que cresce a cada dia e te mantém. Com o mesmo entusiasmo, a mesma criatividade, a mesma paciência para uma vida que te deixa tão pouco tempo para ti própria.
Habituei-me a ver-te sempre em correrias, em viagens a percorrer quilómetros... rodeada de gente que te admira. Gente que te reinvindica como mãe. Sim e tive ciúmes dessa gente... desses pedacinhos de atenção que me eram roubados. Hoje a "ciumice" de menina mimada deu lugar a uma admiração profunda.
Porque, na verdade, nunca me faltou atenção, carinho, amor...
És o meu ombro protector... os ouvidos dos meus "choros"... a voz dos conselhos, das palavras ditas na hora certa.
És a mais activa das mães, a mais bela, a mais bem sucedida... um exemplo!
És a minha heroína!
Hoje (porque fazes anos) e sempre, presto-te a minha homenagem. E mais uma vez, à semelhança de tantas outras, aplaudo-te de pé.

Parabéns Mamy!

15 maio 2008

Às escuras

Diálogo do Dia:

- Boa tarde vinha pagar a minha conta da luz.

- Pedimos desculpa minha senhora. Tem de voltar a outra hora, porque nós estamos sem luz!

Nota: Para quem está fora da realidade cabo-verdiana devo dizer que isto é uma situação muito comum (não é uma anedota). Afinal de contas, vivo na cidade dos "apagões". Aconteceu comigo, hoje, na repartição da Electra na Achada de Santo António.

12 maio 2008

Arte ou outra coisa qualquer?

Não sou especialista, mas sinto a ausência de sentimento, nem que seja o sentimento de não haver sentimento. Percebo quando falta a alma, o espírito, o sentido do artista. Quando não há linguagem, quando a obra que se contempla não fala, não diz nada, nem põe o contemplador a falar.

Assim tem sido nalgumas das exposições que tenho visto. Meras montras de tudo e de nada, aglomeradas em mostras "de arte".

Expõe-se o ego, muito mais do que as peças. Expõe-se a vaidade de se conseguir expôr.
A exposição passa a ser o fim e não a consequência da obra, do trabalho, do caminho do artista.

Na "mostra" os artistas visitam-se e muitas vezes deixam o sentido crítico à porta. Lá dentro, por solidariedade de profissão, trocam mimos e elogios, numa espécie de "masturbação colectiva do ego".
Juntos em irmandades intelectuais, "maçonarias de arte". Fechadas, exíguas, de acesso muito limitado.
Começa a sentir-se a falta de sangue novo, ideias arrojadas.. outras gentes talvez.
Quem paga é a arte em si.

08 maio 2008

Tatuáste-me!


Não falámos. Para quê o ruído? Dispensámos as palavras, as frases de sempre, vazias de sentido, calculadas ao pormenor.

Usámos o corpo para dizer, para falar, para gritar e gemer... livremente, sem rodeios... .
Tatuáste em mim todas as sensações. Pintáste-me a pele das tuas cores, dos teus adornos, do suor que se misturava com o meu. Escreveste palavras de desejo, de paixão, enquanto me olhavas em silêncio...

Não nos chegámos a ver, muito menos a conhecer. Mas senti a tua força, o teu cheiro, o toque da tua pele...
Nada dissemos. Ficou escrito. Tatuado em nós..

05 maio 2008

Ao ritmo dos tambores


O foguete dispara em direcção ao céu. Os tambores começam a rufar de leve. As vozes sobem de tom. O pilão dá o mote... primeiro lento, depois cada vez mais forte... compassado... firme.

Também nós começamos a nossa dança... livre, cantada, gemida.
Ao ritmo dos tambores tudo nos é permitido, num cerimonial que segue a percussão. Às vezes suave, outras vezes intenso, sonoro, violento.

Cantamos com as coladeiras. Acompanhamos os gritos, os choros desafinados, os chamamentos, os sons da paixão...

O pilão continua sem parar, forte, cada vez mais forte. Os tambores acentuam-se, ecoam em nós... mais ritmados, mais intensos.
Subimos de tom, de jeito, de forma. Somos um só, sem fronteiras, nem distâncias. Quebrando todos os limites do possivel.
Sem tabus!
Sentimos o calor do vulcão. A força que emana do seu interior e nos queima, nos incendeia, numa chama devastadora, louca, desgovernada...
O tempo pára à nossa ordem. Só nós e os tambores, e as coladeiras (que cantam em extâse) e o encarnado da paixão, das vestes e da bandeira que se honra.

Esgotamos todas as forças...
Os tambores diminuem de ritmo...um de cada vez.
As mulheres sussurram os últimos cânticos... baixinho, como se fossem adormecer...
O pilão pára.
Resta um tambor lento... muito lento.
Ouve-se um último foguete a romper o céu, a impôr um final.
Tudo termina.
Olhamo-nos uma vez mais... sorrimos timidamente.

 
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