03 novembro 2008

Música e mais música



Um fim de semana musical, eclético, com espaço para muitos estilos, acordes, melodias e vozes.

Sexta à noite: um piano e um grande comunicador no palco do CCP.
O maestro Vitorino de Almeida veio a Cabo Verde descobrir que o país é, nas suas palavras, "uma reserva natural de Humanidade".
Valeu pela viagem musical por Chopin, Mozart e pelas obras que o maestro criou para cinema. Uma fantástica caminhada sonora, repleta de sons e estilos, tocados com o saber de um génio do piano português.

Muitas palavras entre cada toque exímio a alimentar uma empatia que começou assim que o maetros subiu ao palco e se negou a usar o microfone como "intermediário" entre ele e assistência. "Se me ouvem bem, prefiro não me servir deste interlocutor", explicou.
E claro que ouvimos bem, muito bem.


Sábado à tarde: decisão do dia- verificar sempre as informações da comunicação social!
Depois de uma viagem em vão até à barragem, lá conseguimos a muito custo saber que a "Spiga" de Princesito, seria noutro local... em Covoada.

Muitos passos por entre um trilho lamacento, uns chinelos perdidos pelo caminho e algumas peripécias depois; eis-nos chegados aos local da festa. Celebrava-se o dia 1 com milho, música, animação, no meio de um cenário verde, sarampintado de pequenas casinhas acolhedoras.

Um sítio bonito, onde Princesito cantou e encantou alguns temas daquele que, na minha opinião, é um dos melhores discos de música cabo-verdiana que saiu este ano.
Valeu a viagem os chinelos, as lamas e a chuva que não parava de cair.

Sábado à noite- Disiz la Peste, um nome do hip hop francês, desconhecido por aqui dava concerto no auditório nacional, em espectáculo organizado pelo sempre "hermético e restrito" Centro Cultural Francês.

O lugar não era, certamente, o melhor para se ver e ouvir hip hop. A divulgação também se resumiu uns modestos flyers e um outdoor à subida para o Plateu.
O resultado seria fácil de prever: um auditório vazio de gente, com alguns curiosos e uns tantos funcionários do CCF que, mais por obrigação do que por gosto, lá marcaram presença.

O atraso de uma hora não ajudou os resistentes e muito menos os dois grupos nacionais que "tentaram" abrir a noite... sem sucesso. Pouco profissionalismo, um rap primitivo, postura zero em palco.

Disiz la Peste começou mais cedo do que o previsto. E ainda bem!
Bons músicos, um excelente dj a dar o mote, para um concerto que só não foi mais emotivo por falta de público, de receptividade e calor humano.
Quem lá esteve reconhece que valeu a pena ver e ouvir este rapper francês, o excelente baixista e toda a "tripulação" incansável, remando contra uma maré de enércias.

Para os rappers nacionais que sirva de exemplo:
É que o rap e o hip hop já não são se resumem somente a um sampler com um beat monocórdico, dois ou três miúdos com cara de maus a dizerem palavras soltas, de microfone na mão, enquanto a outra mão nada mais faz do que descansar (mas com estilo!!!) sobre a zona genital!

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