05 junho 2008

"Menina da moda" II


Pegou no telemóvel. Um iphone novinho em folha. Presente de um familiar da América.
Rodou-o nas mãos, vezes sem conta. Acedeu às mensagens, aos contactos, ao registo de chamadas...
Arrumou-o na sua mala "super chique"... voltou a tirá-lo. Irrequieta... pensativa... nervosa.

Não resistiu. Enviou-lhe um sms. Contrariou-se, negou as promessas de tanto tempo. As certezas inabaláveis.
Escreveu como se pecasse no acto. Certa de estar a errar. Mas incapaz de segurar essa ânsia de fazê-lo.
Texto telegráfico, abreviado. Poucas palavras, estudadas ao pormenor. Não queria que nenhuma deixasse fugir sentimentos, emoções, estados de espírito. Desses que ela tenta esconder, até de si mesma.
Somente uma frase... um alerta.

O toque denuncia: mensagem recebida.
Sem tempo para voltar a guardar o novo iPhone... A mensagem chegou como se estivesse ali, pronta a sair, desejosa de chegar à "menina da moda".
Era dele... claro que era dele. Passassem dias, semanas, meses de silêncio, mas ambos sabiam que um alerta seria suficiente para quebrar "os mimos", as "birras", o jeito de indiferença que para nada mais servia do que despertar uma raiva inflamável... Tão inflamável como a paixão que os unia.

A "menina da moda" leu mais de dez vezes a mensagem. Pouco conteúdo. Contava o gesto. A resposta pronta, precipitada.
Esperou algum tempo... não queria parecer impaciente.
Mas respondeu... ele devolveu de novo... e ficaram assim, neste "diálogo" diferido por muito tempo.

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