14 novembro 2008

Há momentos infelizes

momentos infelizes. Admito que os haja. Momentos de falta de inspiração... momentos em que a vida, o trabalho, o mundo nos desilude... momentos em que nos sentidos frustrados.
Sim há momentos em que mais vale mudar de realidade, viajar no tempo, na imaginação... caminhar para longe em exercício de isolamento espiritual.

Na verdade... há momentos em que mais vale estarmos calados!
Acredito que este tenha sido um desses momentos.

Quando cheguei a Cabo Verde encontrei um jornalismo de agenda. Um jornalismo que nunca foi de investigação, de terreno, de reportagem.
Um jornalismo de relato, cópia dos press releases enviados para a secretária da chefia de redacção.

Percebi com o tempo, que os vicíos do funcionalismo ao serviço do Estado são demasiado enraízados para que algo possa mudar.

Por isso, sobre o comentário no blog Os Momentos não posso deixar de pensar num certo sentimento de "dor de cotovelo" face a uma geração de jornalistas, não importa a nacionalidade, que aqui chegam e querem mudar o comodismo instalado na velha guarda.
Mudar o sentimento de que "todos calados nos protegemos e aliviamos trabalho". Porque infelizmente para "esses jornalistas" fazer a agenda do Governo e ignorar a realidade (a do terreno) acaba por ser o caminho mais fácil para esconder debilidades e falta de competências.

Quando alguém chega e tenta a sua sorte procurando também mudar esse jornalismo de má qualidade que por aqui se faz, os "Velhos do Restelo" oferecem toda a sua resistência, como é natural, em prol dos vícios instituídos.

E, obviamente, os "estrangeiros", são, sem dúvida o alvo mais fácil, neste jogo de palavras.

Xenofobia talvez, ou ressentimentos de um passado mal resolvido que já ficou lá longe... tão longe.

Ps- agradeço a lição didáctica da jornalista Margarida "aos novatos que chegam de fora", mas já tenho uns anos de publicações em "corredores universitários... e tantos outros corredores do jornalismo.

3 comentários:

Pedro Moita disse...

Temos que ter respeiro por todos e pela cultura do país que nos acolhe, mas não é por apontar os males que os passamos a desrespeitar.
Será mesmo necessário pedir autorização a estes "carolas" quando queremos dizer o que nos vai na alma?

E apelidar-nos de "piratas das ilhas" é porque nós viemos, como muitos caboverdianos foram para fora, procurar outros destinos e desenvolver o nosso trabalho? Isto é senão preconceito e medo, muito medo.

P.S. já agora: quem é que tem "chorudos ordenados" a trabalhar em jornalismo em Cabo Verde? ou será só inveja?

Anônimo disse...

o título do post que refere(apelidar) é "Novos escribas", e não "Pirata das ilhas"
"Pirata das ilhas" é para o tema de exportação de azeite falsificado p/ cv

Margarida disse...

Caro anónimo, agradeço a sua especificação, mas sinceramente não me parece que seja assim tão relevante, dado o conteúdo do post em questão. De qualquer forma volte sempre!

 
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