10 abril 2008

Pedaços da "minha" capital





A cidade é cansativa, leva à exaustão. Assalta-nos com apelos ao consumismo desenfreado. Multiplicam-se os shoppings, as lojas, os serviços e empresas cada vez mais "fashion". Os carros subiram de cilindrada... a pobreza também.
Lisboa é uma capital, um lugar europeu, comandado por normas que chegam de fora... de uma Zona Euro onde se tenta competir, ganhar a corrida, ou simplesmente não desistir dela e chegar à meta, ainda que em último lugar.

Mas Lisboa não perdeu a sua peculiaridade. Aquela réstia de bairrimo saloio iluminado por uma luz clara que se reflecte em todos esses lugares globalizados.
Lisboa é mesmo Lisboa.

E porque sabe bem voltar... porque mesmo com a ameaça das nuvens cinzentas a luz desta cidade é inconfundível, aqui vão alguns pedacinhos de uma capital que hoje olho de fora e aprendi a admirar.

3 comentários:

Anônimo disse...

até pq tua capital também é um "pedaço de ti" nops?!

:)

1 kriolo

Anônimo disse...

Como te compreendo... só percebemos mesmo as coisas quando ganhamos alguma distância!

Desde que estou na Praia, sempre que vou a Lisboa emociono-me imenso com aquilo que outrora era banal. O simples trajecto Príncipe Real - Bairro Alto, da última vez que lá estive, encheu-me os olhos de lágrimas.
Agora é frequente dar comigo a chorar com saudades de Lisboa sempre que leio, ouço, ou vejo uma notícia, uma descrição sobre Lisboa.

Aproveita bem!

Catarina Cardoso

Alex disse...

Pois é. Podemos até esquecer os lugares, mas os lugares nunca se esquecem de nós. Um dia, um certo olhar, uma réstia de luz, uma esquina esquecida, uma qq distracção chega para nos surpreender, isto é, surpreende o(s) lugar(es) adormecido(s) que nos habita(m). Quando assim acontece, é de novo o namoro, a reinvenção dos afectos, a paixão que reverdece (Como aquele milagre das águas que a chuva provoca em Cabo Verde de cada vez que chove sobre a terra árida. De um dia para o outro o milagre do verde, e da esperança renovada).
Somos dos lugares de onde somos, e dos lugares que adoptamos e trazemos na bagagem dos afectos.
Como vos entendo. Eu, Cabo-verdiano, Praiense e Lisboeta.
P. ex., a última foto, a dos polícias, no Chiado. Trabalhei durante anos a 100 metros daí. Primeiro na Rua Nova do Almada (quem desce vira à direita), na antiga Livraria Luso-Espanhola (hoje Livraria Coimbra Editores). Depois na Rua do Ouro no Montepio Geral. Lembro-me do incêndio do Chiado como se fosse hoje. Os limites do incêndio foram precisamente a Livraria (a Sul) e o Montepio (a Norte).
Num poema que então escrevi, rezava este refrão:
"ARDE NO CORAÇÃO DA CIDADE, O CORAÇÃO DA CIDADE".
O que eu chorei por esses dias.
Também o amor pelos lugares se partilha.
Fiquem bem.
ZCunha

 
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