25 novembro 2009

Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher







Poucos dias depois de estarem a viver juntos, António começou a demonstrar que era machista. Controlava-lhe as conversas com os familiares e amigos e não podia sequer atrasar-se do trabalho para casa, que para ele já ficara na conversa com alguém (...) A vida tornou-se insuportável(...) Constantemente chegava a casa mal disposto com o trabalho, adormecia no sofá e bastava Sofia tentar acordá-lo para ir dormir, arranjava maneira de criar uma briga, chamava-lhe todos os nomes a ela e à família. Se Sofia não o acordasse, era o mesmo. As agressões eram verbais e psicológicas. In, http://cpoesia.esenviseu.net "
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"O meu marido sempre me bateu, desde o namoro. Há um dia em que a gente não aguenta mais e decide mudar de vida, sair, ter liberdade para ser feliz. Não foi fácil, tive se sair para uma cidade que não conhecia, ter um emprego que não era o meu (trabalho numa pastelaria); e agora já tenho uma casinha que é arrendada." in, www.apav.pt
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"Conheci-o numa festa, nas férias. Era bonito e senti uma grande atracção por ele. Parecia ser boa pessoa, mas, naquela mesma noite, o cordeiro despiu a pele e o lobo apareceu. Tínhamos ido para um miradouro isolado, à procura de uns bons momentos à frente do mar, escondidos na noite, à espera que a lua desse ainda mais brilho àquele encontro. Romântico, não é? Enganei-me." in,
www.apav.pt

As imagens são conhecidas... Os testemunhos invariavelmente contam o mesmo... E assim se repete uma odiável realidade... um clichê mundial sem nada de novo.
Duas pessoas: um agressor; uma vitima.
O mesmo cenário- "a familia", essa bonita instituição, esse sonho construído que todos querem.. até se transformar num inferno, numa prisão, numa tortura continuada, intensa, infinita...

Hoje é aquele dia em que, de peito cheio, dá vontade de gritar Basta! De pensar e jurar que todos os agressores serão devidamente punidos... que qualquer justiça, judicial ou divina há-de repôr a paz, a verdade e o amor.
Hoje, só por ser hoje... Um dia mundial, daqueles que fazem lembrar, reflectir... Fazer contas a uma estatística que de tão grande já perdeu significado...

São centenas, milhares, milhões de vitimas... vitimas do amor, desse desejo legítimo de caminhar por um futuro a dois... vitimas de um sonho que lhes fica tatuado no corpo e na alma...
Vítimas que sofrem em silêncio... Escondem a vergonha a dor e o pior dos medos atrás de uma fachada pintada de fresco...vítimas inocentes que vão sobrevivendo, dia após dia, cumprindo uma dura sentença de um crime que nunca cometeram...

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