29 janeiro 2009

Cidade Velha e Outros Patrimónios




Fotos: Pedro Moita

A Cidade Velha apostou forte nas festas do Santo Nome de Jesus este ano. Uma agenda de eventos, colóquios, celebrações solenes, comemorações tradicionais e um habitual festival de música que, durante dois dias, não deixou descansar o histórico largo do Pelourinho.

Músicos daqui e da diáspora responderam ao chamamento da Câmara Municipal e juntaram-se aos festejos, no ano de todas as decisões para a antiga capital de Cabo Verde: o ano em que há-de ser considerada, ou não, Património Mundial.

E em tempo de debater patrimónios "tiro o chapéu" a estes senhores do zouk e funaná eléctrico que cantam Cabo Verde aqui e na diáspora com um entusiasmo contangiante.... Uma alegria de quem veste a camisola por a amor à terra... mesmo que essa terra já só lhes esteja presente pela cultura e memória dos seus pais e avós.

Há quem lhes chame "pimbas" quem os coloque numa classe de artistas menos nobre... secundária a uma outra, mais elevada, que invoca a saudade em jeito de morna e coladera. Talvez porque seja mais fácil buscar raízes tradicionais em ritmos "erudidos e estilizados"... onde não há teclados, nem samplers, nem os sons estridentes das guitarras eléctricas... Tiro-lhes o chapéu por conseguirem, como nenhuns outros, manter o estilo, a anergia e provocar os genuínos sentimentos do ser criolo durante horas e horas a fio... até amanhecer: alegria, euforia, dança... êxtase, até. Uma enorme vibração positiva que passa do palco para a assistência através de alguns dos melhores músicos criolos.

Desses, que mesmo "pimbas", hão-de ficar na história e na cultura do país... porque também eles são parte integrante do grande património imaterial de Cabo Verde.
(goste-se ou não do estilo)

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