Ansiedade

O som do relógio ecoa dentro de mim. Olho mil e uma vezes para ele. Em vão... Os ponteiros marcam uma hora que já não quero!
A página do calendário mantém-se, com a mesma paisagem de sempre, os mesmos dias que já vi e sei de cor.
Lá fora, tudo parece mover-se em câmara lenta. O vento sopra devagar... o dia gira em voltas intermináveis mas sempre em torno de si.
A noite chega lenta e demora-se.
Quero correr e fazer o mundo correr ao meu lado... Quero que as horas sejam minutos e os minutos segundos.
Acelerar o tempo, só desta vez.

Para depois pará-lo no meu dia. E aí, desejar tudo ao contrário. Estagnar cada momento desse tempo que procuro. Vivê-lo devagar... prender-me sem relógios nem calendários.

Está quase!
Agora, tenho de continuar a correr na esperança de que o mundo me acompanhe lado a lado. Numa prova de velocidade, até à meta que já consigo vislumbrar lá longe...