29 julho 2009

Chuva...

Sempre que a chuva vem lembro-me de ti... talvez, por seres tão sazonal como esta chuva que só brinda Cabo Verde, muito de vez em quando...
Talvez porque a tua rara presença, também é assim: intensa; impulsiva e sempre breve... insuficiente.
Lembro-me de ti, esperando-te, como quem espera a chuva que nem sempre vem; e deixa saudade, cada vez que dá tréguas.
Chegas quase sempre como a chuva, ameaçando primeiro, preparando o cenário, respondendo ao chamamento de alguém que te quer e te aguarda. E partes por capricho, dando lugar ao sol, levando contigo as nuvens cinzentas para outras paragens, para outros lugares mais longe...
Partes e, tal como a chuva, deixas um rasto de esperança... esperança em dias férteis, esperança num tempo de azágua que se há-de perpetuar num cheiro forte a terra molhada.
Partes... fica a saudade e uma alegria latente, que se suaviza e se esbate com a tua ausência, a tua distância.
Espera-se que a chuva volte a cair... espero por ti, outra vez. Hás-de voltar para inundar a minha alma!

28 julho 2009

Finalmente!

Vi "nascer" um bocadinho desta ideia... sabia que andava a ser preparada, pensada, maturada. Agora (finalmente) as memórias de Brito-Semedo passaram para o papel e ganharam um nome: Crónicas de Diazá.

É um privilégio poder entrar nesta viagem pela infância e adolescência do autor. Uma espécie de "máquina do tempo literária", cheia de apontamentos de vida, lembranças, personagens e lugares descritos com minúcia, ritmo e vivacidade.

Dez crónicas para ler com os sentidos bem despertos... dez retratos de um tempo, de um espaço, de uma época... ilustrados por Tchalé Figueira.

O livro vai ser apresentado dia 3, pelas 18.15 na Biblioteca Nacional. As vendas revertem a favor da Associação Cabo- verdiana de Luta Contra o Cancro.

23 julho 2009

Caminhos... lá longe

Está a chegar o dia... o mês... a estação... Aquele tempo dado como certo... como habitual...
O tempo que chama às raízes, ao lar, à infância.
Está a chegar aquela época em que a "serra" me aguarda. O corpo pede o ar doce dos pinheiros mansos... Os caminhos, escondidos entre giestas e granito, clamam a minha presença... pedalando montanha abaixo.
Sítios só meus... onde me oiço... me encontro...me vejo e revejo desde sempre.
Sítios que me procuram... dos quais eu preciso para redobrar forças, purificar a alma, os pensamentos.

Este ano os "meus refúgios" ficarão sós... perguntando porque faltei desta vez... estranhos à minha ausência inesperada, inédita... em tanto anos de existência.
Do meu lado a saudade vai apertar mais que nunca... o desejo de evasão será maior... vontade de fugir, correr para encontrar essa parte de mim, o meu equilibrio, a minha estabilidade.

16 julho 2009

Fim de Semana Teatral na Praia


Sexta é dia de "No Inferno", pelo Grupo de Teatro do CCP do Mindelo.
A peça, baseada no romance homónimo de Arménio Vieira (Prémio Camões 2009), subirá ao palco do Auditório Nacional, pelas 21.30 do dia 17 de Julho.
entrada livre- Reserva de bilhetes no CCP- Praia

Sábado é a vez do pano subir, na Assembleia Nacional ,para a peça "Dualidade Universal" da companhia Fladu Fla.
Pelas 21.horas. Bilhete: 300$00
http://www.youtube.com/watch?v=yoVgOdL4RQw

Turn off the lights...

Sábado é dia de apagar todas as luzes.
Pelo menos durante uma hora, em cada munícipio de Portugal, o desafio é carregar nos interruptores e deixar as estrelas brilhar.

Felizmente que em Cabo Verde, de vez em quando, a Electra dá-nos esse privilégio de sermos iluminados somente pela Lua e pelas constelações celestes!

http://www.astronomia2009.org/

08 julho 2009

Badja ku sol







Fotos: Pedro Moita
Chamem-lhes o ópio do povo... a manifestação da não-cultura e ignorância... a distracção das almas desiludidas e desanimadas.
Pessoalmente, não encontro nenhum relação entre a existência dos festivais e a falta de realizações políticas, sociais e culturais dos governos. O mundo é aberto e espaçoso a todo o tipo de iniciativas, a todos os projectos, a todos os objectivos.

Os festivais de música valem o que valem... são eventos lúdicos que potenciam aquilo que os seres humanos têm de mais genuíno: a espontaneidade... para o bom e para o mau! Ali se dança, ali se canta, ali se sorri! Tanto quanto se bebe, se grita, se exagera...

Seja como fôr os festivais abrem as portas ao ecletismo... aos artistas de muitas latitudes... a vários estilos... a muitos sons.
Em palco, há que mostrar aquilo que se sabe fazer... Exige-se energia, barulho e muito ritmo.
O público não é especializado mas quer sentir o poder de cada "estrela" que figura no alinhamento.

Em Cabo Verde os festivais de música valem pelo encontro de artistas, que chegam de muitas moradas diferentes... da diáspora...
Valem pelos "live in" que se repetem...sem rede, sem ensaios. E os improvisos de gente que domina os instrumentos e controla todos os ritmos...
Gente que aqui se reúne em nome da música e de umas raízes comuns.


Olá e Adeus...

Olá e adeus delimitam um momento, uma passagem por terras longínquas... terras que se adoptam e nos adoptam... terras que se amam como nossas... sem nunca o serem realmente. Aqui se chega com um mundo de expectativas e uma missão: ser feliz; contornar as saudades... descobrir uma familia de afecto.
Aqui se chega quase sempre com uma certeza: a de regressar, um dia, a essas raízes que nunca se perdem.

Quem fica, vai vendo passar por aqui tantos e tantos "aventureiros", pessoas de todos os lugares... de todos os pensamentos e convicções... de todas as liberdades!
Quem fica abraça os forasteiros, dá-lhes a boas vindas... e tudo começa outra vez.
Alegria na chegada... tristeza e uma profunda saudade na hora de partir.

E assim, vão sendo recordados num coração que cresce para deixar entrar mais alguém que é especial...

(Volta sempre Caty. Serás recebida com toda a morabezza que mereces. Porque a tua passagem há-de ficar na memória de Cabo Verde)

 
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